Investimentos

Porque e como diversificar meus investimentos em 3 etapas

Porque e como diversificar meus investimentos em 3 etapas

Todo mundo sabe daquela velha história de que nunca se deve levar todos os ovos em uma cesta só. O que pouca gente sabe é como fazê-lo de forma eficiente. Aqui explicaremos, na medida do possível, a importância e segredos da diversificação de investimentos.

                Quando falamos de investimentos, não basta colocar um pouco do capital em cada instituição financeira. Da mesma forma, a divisão do capital entre alguns fundos ou títulos pode levar à uma falsa sensação de segurança. A questão crucial que deve ser respondida é: qual o meu risco ao investir nesse ativo?

                Um breve exemplo para demonstrar a situação: existem vários tipos de investimentos em Renda Fixa. No entanto muitos deles são iguais! Em vários casos a rentabilidade muda devido a diferença da taxa de administração e não da capacidade de entrega de resultado do fundo. Um exemplo disso são os fundos DI. Já presenciei muitas carteiras de investimento com 2 ou 3 opções de fundos DI, mas você sabia que, por lei, o fundo DI deve comprar 95% do seu patrimônio em títulos públicos federais atrelados à taxa Selic? Ou seja: tesouro direto SELIC (antiga LFT). Então, agora que sabemos que um fundo que tenha “DI” em seu nome é, basicamente, uma compra de tesouro direto, qual o nosso risco ao investir em um fundo DI?

Simples: o risco é o tesouro nacional não nos pagar.

                Assim, não faz sentido eu ter mais de uma opção de fundo DI no meu portfólio. Agora me responda: porque pagar uma taxa de administração de 1% a.a. ou maior naquele banco imenso se posso comprar o mesmo produto com taxa de administração na casa de 0,4% a.a. em uma instituição menor ou ainda comprar tesouro direto pelo site do governo e pagar somente 0,3% a.a.? O mesmo serve para MUITOS outros ativos, inclusive os de perfil mais agressivo como alguns fundos de ações ou de inflação.

Sabendo disso, como diversificar meus investimentos?

  1. Você deve entender 2 aspectos: seu perfil de investidor e o objetivo dos investimentos. Muita gente deixa todo o capital na poupança, CDB, tesouro SELIC e outros ativos com disponibilidade do capital e baixo rendimento mesmo sabendo que não usará esse dinheiro no curto prazo. Isso representa uma perda financeira imensa no longo prazo.
  2. Identifique o cenário econômico para se posicionar segundo seu perfil. Um perfil conservador investirá majoritariamente em títulos de renda fixa e talvez alguma coisa de fundos multimercado ou exposição internacional, fazendo com que a carteira de investimentos tenha um viés de maior estabilidade. Um perfil agressivo pode ter boa parte do capital em ações, fundos imobiliários, mercados futuros e etc. É aí que o bicho pega, nos levando à terceira etapa:
  3. Qual o meu risco ao investir nesse ativo? Voltamos à primeira pergunta da matéria. Podemos ter 5 fundos de renda fixa de classe semelhante ou 5 fundos multimercado macro diferentes em nossa carteira, mas eles serão correlacionados, fazendo com que a diversificação seja ineficiente. O ideal é buscar 1 ou 2 produtos de cada “área” que você quer ter exposição, tais como: renda fixa, retomada econômica local, economia internacional, alta/queda da inflação e dos juros, ações, etc. Assim, a somatória da exposição lhe entrega a média dos retornos, no entanto a volatilidade (sobe e desce) do portfólio passa a ser menor que a média dos produtos isolados. Também pode ser colocado uma contraposição (hedge) em algum outro produto. Exemplo: estou apostando em retomada econômica brasileira, mas também compro um pouco de dólar para proteger minha carteira, pois se a economia brasileira não for bem, o real vai se depreciar e eu reduzo minhas perdas através da exposição dolarizada.

Espero ter fornecido alguma luz no assunto. Caso tenha dúvidas, não hesite em entrar em contato, será um prazer auxiliá-lo.

Um grande abraço,

João Guilherme Penteado

joao@apollobrasil.com

João Guilherme Penteado é administrador, pós-graduado em Gestão de Negócios e sócio fundador das empresas Apollo Brasil e Apollo Investimentos, escritório de agentes de investimentos especializado em assessoria de investimentos para clientes de perfil private e grandes fortunas.

Por: João Guilherme Penteado

21/08/2019